Papo de Vitrola

Mulheres que Esperam Demais

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Em alguma parte do surgimento feminino, imagino que deva ter existido um contrato em que a expectativa faria parte do nosso universo. E alguém assinou, mesmo sem ler as letrinhas miúdas.
Nada explica a esperança de reencontrar um amor de metrô. Ou do beijo diferente que com todas as letras escrito “despedida”, ainda assim acreditar que era só por conta do mau tempo.

Atire a primeira pedra aquela que nunca acreditou em um “vou te ligar”, reforçado, diferente do clichê das revistas que você leu. Não, esse era pra valer. Olhou nos olhos. E você não seria boba como as outras. Mas ele não ligou. E as horas intermináveis de espera (ainda que discretas), não deixam de contar como prazo cumprido no caderninho das vergonhas passadas.

Um  “eu te amo” na hora inesperada que não houve, um café da manhã na cama como no sonho, uma camisa dobrada no lugar certo. Um “te mandei esse e-mail só pra saber se tá tudo bem”. Sempre tem uma espera, de algo, de alguém. Alguma coisa acontece  (sempre) nessas esperas que não vem. Antes, um disco arranhado. Hoje em dia, é uma economia no torpedo. Afinal, é bem mais fácil reclamar no twitter, não é mesmo?