Papo de Vitrola

Senhorita Banalization



Outro dia me surpreendi com um comentário sobre minha decisão de deletar meu Orkut. “Banalizou, né?”. Banalizou é uma palavra que, eu não sei quem, mas alguém banalizou.Eu deletei simplesmente por motivo nenhum. Ou poderia ter deletado porque tive algum tipo de síndrome que não me permitia ver mais nada piscante, ou porque o moço da padaria me prometeu dois pães com goiabada e queijo se eu o deletasse.

A partir daí, eu vejo que muita coisa mudou e foi carinhosamente apelidada de ‘banal”. Não ser a favor da masturbação feminina, ser contra a liberação da maconha, trair, não gostar de certos programas que passam na TV, não dar atenção para filmes que todo mundo gosta, ser contra a nova cena musical. Tudo isso foi banalizado. Não entre nesse barco. Não adquira essas opiniões. Não seja do contra. Não siga essa moda.O simples “eu te amo” já não pode ser interpretado de uma maneira fácil de alguém que não encontra as palavras certas de dizer que alguém é importante. Não diga “eu te amo”. Não procure vias fáceis de se expressar. Não se sinta bem. Não banalize.

Acho que tudo é uma metáfora sexual: ou você pega sua concha e SAI, ou fica dentro, curte o passeio e goza dos momentos. Eu recomendo você ser rápido. Antes que as escolhas fiquem banais também.

                         porranehuma