Papo de Vitrola

A difícil arte de gostar

Gostar já foi mais fácil.
Em apenas um dia, eu ouvi “você não gosta porque não conhece” e “não, eu não gosto” de alguém que conhecia muito bem o que não gostava.
Eu lembro que, lá pelos 4 anos de idade, eu sabia do que não gostava: jujubas verdes e areia nos olhos. Mais adiante, quando não gostava de algo, começaram a questionar: “mas você já provou? não pode dizer que não gosta antes de provar!”. Começou a ficar confuso demais, exigente demais, para algo que antes era só bater os olhos e fazer cara feia. Comeu e não gostou. Em resumo: foi decretado que é impossível não comer e não gostar!
 

De jujubas verdes à crises existenciais, tá difícil saber. Tentaram simplificar com um “joinha” virtual, mas na real life acho que não é bem assim. Goste menos, goste mais ou não gosta nadica de nada: arrume seu bom motivo e me convença.
 
Sou aberta a gostos, inclusive os duvidosos. E na dúvida, acho que posso usar sem medo a típica frase de quem não prevê o futuro: “Hoje eu não gosto. Mas passa amanhã, quem sabe?”
 

será?