
Antes de qualquer coisa, essa postagem não tem nenhum fundo moral ou de “lacre”. Eu só vim falar sobre a Val.
Conheci a Val quando eu tinha 14/15 anos. Ela sabia que eu amava ler e estudar, então sempre me dava algum livro.
A Val usava o cabelo curtinho e fazia relaxamento. Ela me pedia pra ajudar a passar o relaxante nos cabelos dela. Eu odiava o cheiro daquilo. Mas amava pentear os cabelos da Val. Os cachinhos dela faziam um movimento bonitinho no pente, eu adorava ver aquilo, enquanto conversávamos e ríamos.
A Val usava uma calça vermelha. Era sua calça favorita, eu nunca havia visto alguém antes ficar tão bem em uma calça vermelha. Até hoje acho que a cor vermelha deve ter sido inventada pensando especialmente em algumas pessoas, e uma delas, era a Val.
Quando a Val sorria – sei que parece piegas dizer isso – mas o dia parecia ter todas as cores. Me fazia lembrar de dia de sol na primavera, pós chuva, pela manhã, com passarinhos cantando e cheiro de bolo saindo do forno, sabe? O sorriso da Val cabia num dia assim. Me dava vontade de sorrir também, mesmo sem saber o motivo dela estar sorrindo. E ela sorria. Cantava. Dançava. O tempo todo.
A Val tinha uma voz “rouquinha”. E os olhos puxadinhos. E um bocão lindo, que ficava ainda mais lindo quando ela usava batom vermelho.
Eu nunca conheci ninguém mais fã de Shakira como a Val. Colocávamos os CD’s dela da Shakira na bandeja “5 players” e ouvíamos o dia inteiro.
Eu sinto muita falta da Val. Eu me culpo pelo silêncio que entrei após sua partida. Na época, eu não entendi nada do que falaram. Eu me perguntava o motivo de não ter visto que no sorriso da Val tinha uma dor profunda, o ponto de uma decisão tão séria, tão impactante. Neste #setembroamarelo, em todas as postagens eu vejo um pouco da Val. E ainda me dói lembrar que não posso pegar o telefone e ligar pra ela…
Eu sinto a sua falta, Val. Eu sempre vou sentir.
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