Donas de casa e o feminismo
Há um tempo atrás, no Facebook, eu havia feito um post que rendeu muitos comentários. Alguns deles foram posteriormente apagados, mas levantaram um questão que achei de muita importância: É possível ser "dona-de-casa" e feminista? E quase tão rápido quanto à minha dúvida, encontrei um ótimo post – em inglês – e tomei a liberdade de postar alguns trechos aqui no blog (se seu inglês é ok, não deixe de conferir o post original, deve estar muito melhor que essa tradução mediana que adaptei, rs). Lembrando que, decidi compartilhar este post pois achei de grande esclarecimento para mim, com observações muito bem colocadas, e acredito que seja do esclarecimento de muitas que acompanham o blog também.
Sobre o título do post, confesso: o termo "dona de casa" nunca me agradou muito, me sinto como se fosse inteiramente responsável de algo que sequer é meu (já que moro de aluguel, então não faria sentido…) Mas por falta de um termo melhor – embora já tenho ouvido uns super criativos, como CEO do Lar – , foi esse mesmo.
Boa leitura!
"Algo tem me incomodado por algumas semanas e veio à tona: É a ideia de que não se pode ser uma esposa/dona-de-casa e mãe e uma feminista. Esse pensamento veio mais a partir de conversas que tive com várias mulheres. Primeiro de tudo, eu quero definir o termo "feminista". Eu acredito que uma feminista acredita que homens e mulheres são iguais. Isso não quer dizer que são os mesmos, isso não significa que as mulheres têm de agir como homens e vice-versa, isso não significa que eu odeio homens ou acho que eu sou melhor do que um homem, ou que uma mulher precisa de um homem como um peixe precisa de uma bicicleta. Acontece que eu amo os homens, crio dois deles, e eu estou orgulhosa disso.
Como feminista, eu acredito que as minhas antepassadas abriram o caminho para me dar a opção de fazer e ser o que eu queria. Se eu escolhi ser uma CEO, eu poderia fazer essa escolha. Se eu quisesse nunca me casar e viver uma vida muito eclética, eu também teria essa escolha. Mas eu também tenho o direito de escolher ser uma mãe e "dona-de-casa" e, ao fazer isso, isso não significa que eu acho que os homens são superiores às mulheres, que o lugar da mulher é em casa, ou que eu sou menos porque eu escolhi para estar em casa para ficar com os meus filhos. Isso costumava ser do tempo emr que as mulheres tinham muito pouco em termos de escolhas e ser uma dona de casa foi um deles. Mas só porque, uma vez na história, foram obrigados a ficar em casa não significa que o trabalho não era importante. Mas eu não acho que só porque eu sou uma feminista, significa que eu tenho que ter um trabalho fora de casa.
Enquanto estamos falando sobre ter empregos fora de casa, podemos definir o que isso significa? Porque eu acho que a definição mais comum de 'trabalho' significa 'salário'. Mas se mudarmos essa definição para significar "algo que alguém faz para melhorar a sua vida ou a vida de outras pessoas", como "trabalho", em seguida, abre-se um novo mundo para a dona-de-casa/ mães. Por exemplo, eu considero o meu blog como um "trabalho". E ser uma mãe/ dona-de-casa é "trabalho". Só porque alguém não recebe um cheque de pagamento não significa que não é trabalho!
Francamente, eu detesto os rótulos 'dona-de-casa "ou" trabalho fora-da-casa ". Nós todos não vamos sair de casa em algum momento? E o que dizer de mulheres que podem fazer o seu trabalho de casa? Elas tecnicamente não trabalham fora de casa. Talvez por isso, é hora de encontrar alguns rótulos melhores para o que fazemos.
Então, porque é que há a ideia de que uma dona de casa não pode ser feminista? Eu realmente não tenho uma boa resposta, porque na minha opinião, eles são ideais totalmente compatíveis. Acho que é fantástico que eu tenho a opção de ficar em casa com meus filhos, e são as mães que querem ficar em casa e não podem devido a questões monetárias, são quem as feministas devem estar ajudando. Eu acredito que é o meu trabalho, como uma feminista, apoiar minhas irmãs e descobrir maneiras de ajudá-las, para continuar a reunir para todas as mulheres para serem capazes de escolher seus próprios caminhos, e para ser a melhor mãe que posso ser. Isso é feminismo, e eu tenho orgulho de me chamar de feminista e uma "dona de casa". Portanto, a resposta à minha pergunta inicial é sim, é possível ser dona de casa e uma feminista."
E então, qual a opinião de vocês?
copie o link na sua url e veja que é possivel ser dona de casa mãe , trabalhando em casa e obtendo a sua propia renda..
http://jujubomnegocio.blogspot.com.br/2013/05/ola-amigos-amigas-dona-de-casae-mae.html
Épico post!
Eu era do time “dona de casa não é emprego” até ir pra faculdade e morar sozinha. Percebi o quão errada eu – e meio mundo – estava sobre a importância e sacrifício de se manter uma casa, uma família. É uma opção dentre tantas outras, e que deve ser respeitada.
Acho que o feminismo defendeu nossos direitos e até nos deu mais obrigações. Agora além de sermos donas de casa, temos que trabalhar fora senão somos tachadas de preguiçosas. Concordo com a autora que diz que homens e mulheres são iguais, mas não precisam trocar de papéis. Somos ótimas donas de casa e podemos ser ótimas profissionais, mas só se esse for nosso desejo. Chega de esterótipos.
Adorei o texto, Re.
Feminismo difere de guerra de sexos – isso ficou muito claro no texto. E acredito que é possível sim, ser dona de casa/mãe/feminista. Viva a possibilidade de escolha. Se podemos fazê-las, foi graças às mulheres que um dia queimaram seus sutiãs.
Beijo
Também acredito que os dois termos são completamente compatíveis.
Tomando da forma como foi colocado no texto (isso porque hoje ainda existem donas de casa que não vêm essa função dessa forma), ambos envolvem a liberdade de escolha, que é pressuposto básico do feminismo.
Muito legal 🙂
Nossa que post bacana! Muito bom eu adoraria poder ser dona de casa, hoje abro mão de ficar com meu filho.
Gente, quem é que não consegue entender que ser dona de casa não tem absolutamente nada a ver com feminismo? Pelo contrário, pensar dessa forma já implica um certo machismo, dado que a ocupação “dona de casa” serve para ambos os sexos. Não há nada de errado em um cara ficar em casa e cuidar da mesma, tanto quanto uma mulher. Se fosse assim, mulheres que estão em profissões inicialmente dadas como “femininas” (enfermagem, estética, moda, etc) também não podem se considerar feministas, mesmo ganhando um salário, já que estão igualmente seguindo os “planos da sociedade”. Feminismo tem a ver com direitos, e isso inclui o direito de fazer o que vc bem entender da sua vida.
Adorei o texto e penso exatamente assim também! Sou dona-de-casa por opção, prefiro assim, mas já cansei de ouvir de pessoas com uma vidinha bem mais ou menos: “estava pensando esses dias, até quando ela vai ficar em casa sem fazer nada!”. E pior, de gente que é tão dona-de-casa quanto eu… Tenho planos futuros, é óbvio, mas enquanto puder, serei dona-de-casa sim e com muito orgulho!
BjO
Eu também acho que é possível. Afinal, hoje ser dona de casa e uma escolha e não uma obrigação, não é mesmo?
Beijos!
Pior que essa conotação negativa da dona de casa é causada por um monte de machistas por aí. E vem de muitos anos ouvindo frases como “Claro, a mulher pode fazer o que quiser, desde que isso não interfira nos deveres de casa né??”. Vem de décadas e décadas de mulheres sendo criadas apenas pra serem esposas, mães e donas de casa. Pra dependerem do marido e pra não terem função que não seja pilotar um fogão ou parir. Não há problema nenhum em ser mulher, dona de casa e feminista. Problema é quando vem gente querendo me dizer que mulher não deveria passar tempo fora do circuito cozinha-lavanderia-quarto! Eu sou feminista e tenho muito orgulho dos meus dotes “mulherzinha”: cozinho bem, sei bordar, tomo conta de uma casa tranquilamente AND sou pesquisadora. Nossa, achou demais? Demais é o que todo mundo espera de uma mulher!
Adorei! eu sou uma dona-de-casa feminista também e AMO!!!!! Beijo enorme.
Andrea.
Eu concordo plenamente com tudo o que foi dito! E é engraçado, porque eu acabei de fazer 18 anos, e todo mundo me pergunta o que eu vou fazer, já que – supostamente – “cresci”… “Você precisa trabalhar, ter um emprego, um trabalho”…
Então peraí, calma! Eu com certeza não levo jeito pra viver a vida cuidando de casa.. MAS ESSA É A MINHA PERSONALIDADE, não levo jeito pra isso, não me vejo nessa função.. MAS não quer dizer que eu não trabalhe! Ei, eu sou webdesigner freelance, e eu tenho um blog, portanto, eu trabalho SIM!
Costumo dizer que eu, agora, assim que decidir que faculdade farei (assim que saber os resultados), vou procurar um emprego, porque trabalho eu já tenho! UHAUSHAUSH Mas acho que isso é totalmente variável, vai de pessoa pra pessoa, de mulher pra mulher, de acordo com a personalidade de cada uma.. Conheço mulheres que adoram cuidar dos filhos e não fazem questão de trabalhar fora (já que podem), e não deixam de ser feministas por isso! Acho que rotular é limitar, há casos e casos, e não é só porque a mulher trabalha (sim é um trabalho, porque dá trabalho) em casa, que ela é submissa ao marido, pelo contrário!
Grande beijo,
May :*
{tagarelando.net}
Eu não curto rótulos. Não me digo feminista, eu apenas faço o que quero, seja lá o que for.
Falo palavrão, pinto parede uso a furadeira, conserto o cano, trabalho, ajudo nas finanças da casa e ao mesmo tempo quero muito ser mãe e cuidar de um jardim. 🙂
Mas enfim, eu sou casada. Tiago e eu dividimos muito bem nossas tarefas e o respeito é reciproco.
Estamos ainda construindo nossas vidas.
Mas sempre digo pra que ele que o que quero mesmo é ser Dona de Casa e sem vergonha de ser feliz! 😀
Adorei o post!
Eu detesto rótulos, seja ele qual for. Trabalhei “fora” durante anos, em 2009 já estava numa posição confortável mas infeliz. Troquei uma ideia com meu marido e pedi demissão. Fiquei “dona de casa” alguns meses e logo me peguei entrando no escritório do marido e querendo saber sobre o assunto.
Hoje, trabalho em casa fazendo a gestão de projetos da nossa empresa. Ao mesmo tempo cuido da casa e dos gatos.
Acho super importante ter uma ocupação, seja remunerada ou não, em casa ou fora dela. O importante é se sentir bem, viva, antenada.
Ser feliz não é!
Me enxerguei neste post… Há seis meses abandonei meu emprego ‘fora de casa’ para passar mais tempo com meus filhos. Não acho que seja um retrocesso esta volta para casa. A consequencia de voltar para casa: menos grana no bolso, mas uma consciência tranquila, filhos felizes, e dedicação ao que realmente vale a pena. Beijo.