[Insira sua cafonice amorosa aqui]
Vou logo dizendo que vou falar de amor e isso não quer dizer que eu acordei melosa hoje. Ok, que vou desconsiderar a semana hormonal, mas isso não interfere, eu garanto.
Mas é que ontem minha mãe me ligou e me perguntou pela milésima vez se eu tinha gravado o CD de músicas dela, que ela me pediu há séculos e eu nunca gravei, e menti dizendo que sabia aonde estava a lista que ela escreveu. Pois bem. Se me lembro bem, na lista tinha alguns sucessos Good Times 98, e as músicas do Good Times 98 são as que mais lembro já ter escutado.
Minha mãe tinha um bar quando eu era menina, e nas férias ela deixava eu ficar com ela até tarde. De acordo com o Juizado de Menores e o Estatuto da Criança e do Adolescente junto com a Proteção de Animais, eu não tomava pinga, não lavava pigarras, nem fritava bacon, ok? Eu ficava desenhando, e ouvindo Good Times 98. E foi aí que eu conheci a parte bonita do amor, porque o locutor desse programa com uma voz bem sensual de locutor mesmo lia cartas-declaração que os ouvintes mandavam para “o amor da sua vida”. Depois tocava uma música que o ouvinte também pedia no final da carta, que ia de “All by Myself” a “I Will Always Love You” . Ou seja… romântico. E nessa época eu ficava imaginando se um dia alguém mandaria uma carta pra mim e pediria para tocar “Ghostbusters” (?).
Já a parte feia do amor é que eu via os ‘frequentadores” do bar, levemente alterados pela quantidade de álcool no corpo, chorarem (sem exagero) ao lembrarem suas decepções amorosas. Eu via aquilo e não queria mesmo conhecer outro amor que não fosse o Good Times. Anos mais tarde, chorei por amor (ou a falta dele, não lembro) num canto escuro, com música trance de fundo e luzes piscantes, munida de um copo descartável de vodka enquanto uma amiga ajeitava meu vestido.
Bem, eu perdi medo do amor feio, porque no fundo, no fundo, apesar de ser a maior babaquice e cafonice do mundo, apaixonar-se é a coisa mais irresistível. Com ou sem Good Times.
ps: Good Times 98 era um programa noturno da rádio FM 98… não sei se existe ainda, mas pra mim é referência de cafonice romântica.
Onde eu morava rolava o “Soft night”. Noite-super-macia com um locutor que tinha um vozeirão SEXY e que eu amava ouvir todas as noites porque tocava Hunting high and low do A-ha (fizemos um acordo: ele tocaria todos os dias e eu pararia de ligar pedindo essa música) e Wind of Change, dos Scorpions. No final, eu acabei conhecendo o locutor (ele terminou o programa um dia e foi direto em casa) e ele nem era bonito igual a voz. Meh.
P.S.: To pra escrever um post brega-romântico. Teu post tá ajudando.
aqui em BH ainda existe good times…
haha 102,1. Faço suas palavras desse post as minhas.
Tem dias que tudo que a gente precisa mesmo é uma rádio cafona ouvir qualquer coisa da Celine Dion ou Whitney Houston e chorar as pitangas! Viva “All by Myself” e os grandes amores de nossas vidas!