Cena Feminina

Use calcinha bege

bridget-jones
 

Sem medo de ser feliz.

 

Em alguma colocação ordinal nobre, uma das frases que mais devo ter ouvido é “homens são todos iguais”. Um boato circulava na maternidade em que um dos maridos-pais trouxe a uma paciente recém-mãe flores, muitas flores. E, o tal homem,  peculiar e misterioso, ganhou o título de “homem raro”, e virou assunto para 5 dias dos 9 em que lá fiquei.

 

Por tantos dias, fui obrigada a pedir ao marido trazer roupas extras. E isso incluiu dolorosamente lingeries. Fui desfazendo a bolsa trazida por ele devagar, deixando por último e aumentando a minha aflição. E lá estava: uma calcinha que não era minha. Antes que se assustem, minha sogra havia tirado alguns dias para cuidar da casa na minha ausência… então vocês entendem né? A calcinha era dela.

 

Por alguns minutos, me revoltei solitária: o que foram aquelas horas infinitas de escolha discreta nas lojas? E a abdicação de uma calcinha bege, sem costura, em tamanho e conforto ideal e preço promocional? E a resistência sofrida à alergia a renda? Porque, deuses, pra quê?

 

Alguns homens podem ser diferentes. Mas em se tratando de observar (ou seria “des” observar?)  lingeries, minhas amigas – beges ou não – eles são todos iguais.