Duque de Caxias terra de mulher bonita
Sempre achei muito engraçado o fator “distância” que é uma coisa que cada um tem imerso em sua própria crença, sua convicção. Distância é uma religião. Quando morei em Ubatuba ou quando viajava para São Paulo, me perguntavam se eu era do Rio de Janeiro (por causa do sotaque), eu apenas respondia que sim. Não dava para supor o nível de interesse ou conhecimento geográfico da pessoa, então eu só confirmava, sem entrar nos pormenores. Mas julgo que só haveria nomes como Copacabana, Leblon ou alguns outros dois únicos locais que existem no imaginário de quem só conhece o Rio de Janeiro pelas novelas do Manoel Carlos.
Nunca fui de ver minha cidade navegando por bocas por aí. Duque de Caxias é região metropolitana do Rio de Janeiro, e mesmo que tenhamos batido a meta de um milhão de cabeças, quem nasce aqui não é carioca, muito menos da gema: somos fluminenses. Palavra homônima do time mesmo, que eu tinha o hábito de evitar só para não virar uma gororoba geografia com futebol causando inveja a qualquer discussão de uma mesa de bar. De um eu não entendo muita coisa, do outro, muito menos.
A ironia é que quando morei em Ubatuba, que é litoral norte de São Paulo, cheguei a morar a apenas algumas quadras da praia. Mas me perguntavam frequentemente se eu costumava ir para Santos, litoral sul a mais de 300km de distância de Ubatuba. Morando aqui em Duque de Caxias, se eu sair de ônibus para ir à praia no meio da semana, chego com sorte quando o sol estiver se pondo. Mas o consenso era: “ah, tu é do Rio de Janeiro? Nossa, pegava praia todo dia então, né?”. Por isso sempre enxerguei muito potencial de diversão na Geografia. Mas para decepção, meu escritório sequer um dia foi na praia.
Aliás, foi quando morei em Ubatuba, que uma vez, chateada e sentindo falta do modo de sobrevivência social do carioca – essa simpatia que temos, mas que também migra rasteiramente para uma antipatia encantadora – , marquei um corte de cabelo em um salão aleatório. Comecei a conversar com a dona e eis que ela e a sócia eram de Duque de Caxias. Qual a probabilidade? Constatei: existe sempre algum fluminense no mapa astral dessa geografia da vida.
O fato é que em meio a obras de Niemeyer, terra de Estamira, um sotaque próprio (ou você acha que sotaque do RJ é tudo igual?) e acredito que a única cidade do Rio de Janeiro que anuncia um lanche em um cavalo motorizado relinchante, fica é difícil explicar Caxias, então a gente até entende quem ainda não conhece. De qualquer forma, a baixada fluminense vive. E SOBREVIVE. Vai um Guaravita aí?
Conhecia Duque de Caxias de nome, mas confesso que nem sei como e nem porque rs Adorei a história do cavalo, cada cidade com a sua peculiaridade. E sobre isso de morar em um lugar e as pessoas sempre perguntarem sobre outro lugar, minha cidade é em Minas Gerais, mas é mais próxima da cidade de São Paulo do que de Belo Horizonte, mas todo mundo que é de fora daqui me pergunta sobre BH e cidades grandes de lá. Nunca nem fui, fui mais pra São Paulo do que pra capital do meu estado XD Acho que no fundo as pessoas só querem mostrar que sabem alguma coisa de onde somos, talvez pra bater papo ou não se sentirem tão deslocados conversando com a gente, mas, tadinhos, na verdade não sabem é nada.
Beijos! =**
você tem um ponto! haha, é verdade. é tipo falar do tempo, do clima… eu achava muito engraçado. agora apenas moro em um lugar que poucos conhecem, mas tudo bem xD
muito potencial na geografia mesmo HAHAHA aqui dou gargalhada toda vez que acham que não saio da praia ou que conheço cada pedaço de areia por morar do ladinho de floripa, ilha da magia HAHAHAH vida inteira aqui e conheço uma porcentagem ridícula da região além de curtir pouquíssimos dias de praia longe da ilha mesmo. turista conhece muito mais nesse caso 🙂
para você ter ideia: nunca fui no bondinho nem no Cristo redentor. tenho preguiça hahaha
Oi, Rê!
Eu tenho umas amigas de bairros distantes na cidade do Rio (Campo Grande, Realengo, Paciência), então consigo imaginar lugares que não sejam os da novela do Manoel Carlos hehehe
Acho interessante o quanto cada cidade – seja ela grande ou pequena – tem as suas particularidades. É isso que faz de cada uma delas bem única!
Um beijo :*
eu adoro isso! quando vou para algum lugar que não conheço, amo observar!